Seleção Brasileira de Ginástica Artística
Feminina classificou a equipe para os
Jogos Olímpicos
Foto Ricardo Bufolin
No evento-teste da modalidade, brasileiras
encantaram, foram as campeãs e estão garantidas no Rio 2016
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O domingo (17) foi de fortes
emoções para a ginástica artística brasileira. Pela primeira vez na história,
o Brasil irá com duas equipes completas para uma edição dos Jogos Olímpicos.
Com o masculino já garantido no Rio 2016 pelo desempenho no Mundial da
Escócia, em 2015, o feminino teve a última chance de classificação no
evento-teste da modalidade, na Arena Olímpica do Rio, que classificou os
quatro melhores para o Rio 2016. O grupo do País, liderado pelas experientes
Daniele Hypolito e Jade Barbosa, não somente conquistou um lugar na maior
competição esportiva do planeta como foi o grande campeão e, ainda, estará na
final de seis aparelhos.
Assim que entraram no ginásio, as brasileiras já levantaram a torcida. O
primeiro aparelho do Brasil foi a trave e ninguém melhor do que Daniele
Hypolito para começar. Com uma prova segura, a ginasta, com quatro Jogos
Olímpicos no currículo, conquistou 14,166 pontos. "Quando eu pisei na
trave e ouvi a torcida gritando, me senti em casa", confessou Daniele.
"A minha motivação foi grande por estarmos todas juntas em nosso País.
Foi uma experiência fundamental para as meninas que ainda não tinham feito
uma competição tão importante no Brasil. Aqui no evento-teste precisávamos
estar firmes, mas nos Jogos Olímpicos será tudo ou nada, então precisaremos
ir com elementos mais difíceis. Ainda temos muito o que trabalhar, mas as
chances de medalhas na Olimpíada são reais", completou a irmã de Diego
Hypolito.
Ainda na trave, Jade Barbosa veio na sequência e somou 14,233. Incentivada
pela torcida, Flávia Saraiva garantiu 14,566, seguida por Lorrane Oliveira
(13,566) e por Carolyne Pedro (12,466).
A união da equipe era visível a cada apresentação. Sempre juntas e
incentivando umas as outras, as meninas foram para o solo e, mais uma vez,
encantaram. Daniele abriu as apresentações do Brasil no aparelho e ficou com
13,933, pontuação bem próxima a de Jade, com 13,891. A maior nota do País foi
de Flávia, logo na estreia da nova série. Como já é comum, a ginasta fez uma
apresentação cheia de graça e arrancou palmas da torcida. Dos árbitros,
recebeu a nota 14,150. Lorrane (13,400) e Carolyne (12,300) completaram a
pontuação da equipe.
Técnico de Flávia, Alexandre Carvalho contou que irá aumentar a dificuldade
da série da ginasta no solo para os Jogos Olímpicos. "Nós estamos no
caminho certo, mas pretendemos fazer uma série mais difícil, até porque a
briga nesse aparelho será bem forte nos Jogos Olímpicos. Ainda temos um tempo
para trabalhar. Essa música chama o público e a Flávia, apesar de jovem, sabe
lidar muito bem com a torcida. Isso é muito bom para um atleta",
explicou.
O melhor aparelho das brasileiras no dia foi o salto. Daniele foi a única do
País a fazer dois saltos, com o objetivo de avançar para a final, e teve
14,433 como média (14,333 no primeiro e 14,533 no segundo). Flávia (14,533),
Jade (14,966), Lorrane (14,608) e Rebeca (14,933) também fizeram ótimas
apresentações.
Extremante feliz após a conquista da vaga, Flávia destacou o quando a equipe
se preparou para esse momento. "Nós treinamos muito para conquistar essa
vaga e estou feliz com as minhas apresentações. Eu gostei do meu salto, que
executo pela segunda vez em uma competição. No solo, minha música é nova e
estou feliz com a coreografia, que é linda", disse.
Para Jade, as expectativas para os Jogos Olímpicos também são as melhores.
Segundo a ginasta, esse é o melhor momento da ginástica artística feminina
brasileira na história. "Todas nós lutamos até o fim e foi tudo muito
bom. Agora já classificadas, podemos treinar especificamente para as nossas
especialidades pensando nos Jogos Olímpicos. Esse é o ciclo que temos mais
chances nos Jogos Olímpicos. A equipe é muito talentosa e todas estão
focadas. Tudo está valendo a pena."
Para fechar, vieram as barras assimétricas, com Carolyne (13,433), Jade
(12,733), Flávia (13,633), Lorrane (14,066) e Rebeca (14,400). "A
sensação que tenho é muito boa, porque entrei para ajudar a equipe em apenas
dois aparelhos e fiz o meu melhor. Todas nós fizemos o máximo que podíamos
hoje e foi demais contar com o calor do público nas arquibancadas, que soube
competir junto com a gente", frisou a jovem Rebeca, de 16 anos.
Após a ótima série de Rebeca, toda a delegação respirou aliviada e a emoção
foi grande, afinal, o Brasil acabava de garantir a classificação em casa. As
brasileiras somaram 226,477 no total e ficaram à frente da Alemanha
(223,977), Bélgica (221,438) e França (220,869), que também conquistaram
vaga. Os outros países participaram foram Austrália (218,428), Suíça
(218,336), Romênia (216,569) e Coreia do Sul (203,828).
Uma das treinadoras da equipe, a ucraniana Iryna Ilyashenko, fez questão de
ressaltar o mérito das ginastas. "Hoje as meninas fizeram tudo com a
típica garra brasileira. Elas lutaram e venceram juntas", destacou.
Tudo o que foi apresentado mostra a evolução da ginástica artística
brasileira e comprova que o País tem grandes chances de conquistar uma
inédita medalha olímpica pelo feminino, fruto de um forte trabalho em
conjunto. Segundo Georgette Vidor, coordenadora da Seleção de Ginástica
Artística Feminina da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), os olhos do
Mundo estarão ainda mais voltados para as brasileiras.
"Essa pontuação nos renderia o quarto lugar no Mundial do ano passado, o
que nos classificaria direto, mas acredito que nada nessa vida é por acaso.
Nós tivemos a chance de competir no Brasil, no ginásio oficial, com a equipe
completa, com a torcida e essa experiência outros países não tiveram. Foi
melhor assim. Vamos sair daqui mais consagradas. Nós fizemos uma pontuação
maravilhosa, avaliadas pelos melhores árbitros do Mundo, que estarão nos
Jogos Olímpicos. Nós tiramos as notas que merecíamos e muita gente deve ter
se surpreendido com as apresentações do Brasil. As meninas estão de parabéns,
os treinadores, a equipe multidisciplinar, a CBG, enfim, agradeço a todos que
trabalharam para que isso acontecesse. Sabemos que podemos ainda muito mais
com essa Seleção incrível", comemorou, em êxtase, após abraçar e se
emocionar com toda a equipe.
A presidente da CBG, Luciene Resende, reforçou que é uma emoção muito grande
poder vivenciar esse momento dentro do Brasil. "É uma conquista estar
nos Jogos Olímpicos com duas equipes completas. Isso é histórico. É notório o
tanto que nossos ginastas têm se dedicado. Hoje, durante a competição, a
união entre as meninas era visível. Esse é um momento especial e sabemos que
estamos no caminho certo. Nós saímos de um ciclo com Daiane dos Santos, com
Laís Souza, e agora temos uma renovação com a Flavinha, com a Rebeca e tantos
outros talentos. Além disso, a Dani, mais uma vez, vem mostrando seu
potencial e sendo referência para as meninas. Só tenho a agradecer aos
investimentos do Ministério do Esporte, do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e
da Caixa Econômica Federal, nosso patrocinador, por sempre acreditarem e
acompanharem de perto a nossa evolução."
Após a emoção da classificação, as ginastas voltam à Arena Olímpica do Rio
nesta segunda-feira (18) para as finais por aparelhos, a partir das 13h10. No
salto, Daniele vai em busca de medalhas. Já nas assimétricas, Rebeca está
classificada. Flávia e Jade estão na decisão da trave, enquanto o solo terá a
dupla Flávia e Daniele.
Programação
Segunda-feira (18)
13h10 - 14h10 - Competição 3 - Final por Aparelhos - Homens - Solo, Mulheres
- Salto
14h10 - 14h25 - Cerimônia de Premiação
14h25 - 15h25 - Competição 3 - Final por Aparelhos - Homens - Cavalo com
Alças, Mulheres - Barras assimétricas
15h25 - 15h40 - Cerimônia de Premiação
17h10 - 17h40 - Competição 3 - Final por Aparelhos - Homens - Argolas
17h40 - 17h50 - Cerimônia de Premiação
18h - 18h30 - Competição 3 - Final por Aparelhos - Homens - Salto
18h30 - 18h40 - Cerimônia de Premiação
18h40 - 19h10 - Competição 3 - Final por Aparelhos - Mulheres - Trave de
Equilíbrio
19h10 - 19h20 - Cerimônia de Premiação
20h30 - 22h - Competição 3 - Final por Aparelhos - Homens- Barras Paralelas e
Barra Fixa, Mulheres - Solo
22h - 22h20 - Cerimônia de Premiação
Delegação brasileira
Seleção de Ginástica Artística Masculina
Ginastas: Arthur Zanetti e Sérgio Sasaki
Técnicos: Marcos Goto e Renato Araújo
Fisioterapeuta: Maria Eugênia Ortiz
Médica: Ana Carolina Corte
Coordenador: Leonardo Finco
Seleção de Ginástica Artística Feminina
Ginastas: Carolyne Pedro, Daniele Hypolito, Flávia Saraiva, Jade Barbosa,
Lorrane Oliveira, Milena Theodoro e Rebeca Andrade
Técnicos: Alexandre Carvalho, Francisco Porath Neto e Iryna Ilyashenko
Fisioterapeuta: Júlio César Mattos
Árbitra: Yumi Sawasato
Coordenadora: Georgette Vidor
Chefe de delegação: Alexandre Alexandrov
Fonte: Photoegrafia
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segunda-feira, 18 de abril de 2016
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