Nada combina
mais com a realeza do que o ouro, e essa foi a combinação perfeita entre o
ginasta carinhosamente chamado de “REI ARTHUR ZANETTI” e sua gloriosa medalha
de ouro nas argolas da Ginástica Artística.
A imagem não podia ser mais bonita, quando ele finalizou a saída após uma
apresentação impecável, e abriu o largo sorriso de campeão. A emoção foi total
quando saiu a nota, confirmando que Arthur Nabarrete Zanetti se tornava,
naquele momento, o detentor da primeira medalha olímpica da Ginástica
Brasileira. Arthur não só conquistou a medalha como foi o primeiro ginasta da
América Latina a ganhar um ouro olímpico.
Enquanto a festa acontecia na Arena de North Greenwhich e em todo o Brasil, eu
chorava copiosamente. Fui tomada por um sentimento de grande emoção e de
orgulho pela vitória, e por alguns segundos refleti sobre todas as dificuldades
que o esporte atravessa para sobreviver no Brasil.
A falta de
investimentos no esporte de base, a falta de reconhecimento pelo trabalho do
professor de educação física, o esporte quase inexistente na escola, os baixos
salários dos treinadores, os colaboradores de Federações e Confederações que
trabalham voluntariamente, e etc..,etc...., são alguns dos inúmeros obstáculos
que dificultam o desenvolvimento do esporte no Brasil. Fica então a pergunta: Como
produzimos um campeão olímpico? Ainda contamos com o esforço e investimento
pessoal dos atletas, familiares e treinadores. Os mais desinformados devem se
perguntar, porque isso acontece se nunca tivemos tanta verba aplicada no
esporte. É verdade, mas o que acontece é que os investimentos ainda são
voltados para o alto rendimento, e pouco se faz pela formação de novos
esportistas. Dessa forma os novatos que não tem condições de se manter
treinando até conquistar algum resultado expressivo ficam pelo meio do caminho
e assim muitos talentos são desperdiçados.
Então pensei que
o ouro do Arthur tem um gostinho de superação misturado com muita determinação
e é claro com o talento dele e do seu treinador Marcos Goto.
Parabenizo o
ginasta, a CBG na gestão da Professora Maria Luciene Resende, o Comitê
Olímpico, o SERC de Santa Maria, familiares, instituições e amigos que ajudaram
nosso ginasta a alcançar este êxito.
Quero deixar registrado que tive a honra de comentar a prova de argolas de
Arthur Zanetti, o brasileiro que com muito orgulho deu ao Brasil a primeira
medalha olímpica de ouro da Ginástica Brasileira. Desejo ao Arthur que
aproveite muito este sucesso, mas que não se esqueça de que 2016 vêm aí e o
Brasil está lhe esperando para brilhar dentro de casa.
Beijos
Andrea João
OBS: Na foto a visita de Arthur Zanetti
e Marcos Goto aos estúdios do Sportv em Londres, onde concederam entrevista exclusiva
para o canal.